
A favor das casas geminadas votaram os vereadores Humberto Henrique (PT), Mário Verri (PT), Marly Martin (PSL), Manoel Sobrinho (PC do B), Bravin (PP) e Zebrão (PP). Já Heine Macieira (PP), John Alves (PMDB), Wellington Andrade (PRP), Luis do Postinho (PRP), Sabóia () e Paulo Soni () foram contra o projeto.
O vereador Flávio Vicente (PSDB), um dos autores do projeto, viajou novamente para o exterior e não votou. A vereadora Márcia Socreppa alegou problemas de saúde e não participou da sessão. Segundo informações ela foi encontrada em seu gabinete minutos antes do início da sessão apresentando ótimo estado de saúde.
O projeto precisava de oitos favoráveis. Segundo o vereador Humberto Henrique havia possibilidades reais de aprovação. “É lamentável que alguns vereadores não tenham autonomia do seu voto, defendem os interesses do prefeito e votam contra o povo”, desabafou.
Segundo Humberto, o prefeito esteve na Câmara na semana anterior e ameaçou os vereadores que o apóiam. “Ele [o prefeito] disse que quem votasse contra a proibição das casas geminadas estaria fora do grupo político. Isso é uma vergonha, uma afronta à democracia. O prefeito não respeita o Poder Legislativo nem a população”.
Com a votação de ontem, fica mantido o projeto do prefeito que vai proibir a construção de casas geminadas em terrenos de 300m2 que não forem cadastrados na prefeitura até julho de 2012.
Decisão é política e beneficiando construtoras
Com a proibição da construção no sistema geminado em terrenos de 300m2, somente apartamentos poderão ser financiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Na prática, os interessados serão forçados a trocar uma casa de 80m2 por um apartamento de 40m2.
Humberto pediu explicações sobre as verdadeiras intenções por trás da proibição de casas geminadas, razão que motivou vários comportamentos estranhos por parte dos vereadores. Para evitar a retirada das restrições, um tirou a roupa em plenário, outro foi viajar para exterior, outra teria sido internada e não participou da sessão e outros não sustentaram o compromisso que haviam feito com o Movimento em Defesa das Casas Geminadas.
O governo municipal nega, mas o vereador líder do prefeito na Câmara confirmou em entrevista ao jornal Hoje Notícias que houve uma decisão política para incentivar a construção de prédios nas principais avenidas da cidade. A confissão indica que a medida favorece aos interesses das grandes construtoras e retira dos proprietários que não cadastrarem os terrenos o direito de construir no sistema geminado.
Gelinton Batista / Assessoria de Imprensa