
O que os vereadores que defendem o prefeito no Legislativo não contavam é com a organização do povo. Em menos de duas horas, construtores e lojistas da construção civil conseguiram mobilizar cerca de 100 pessoas. Com apitos, narizes de palhaço e cartazes eles manifestaram contra a manobra. Diante da pressão popular o líder do prefeito recuou e o pedido de urgência foi arquivado.
O vereador Humberto Henrique (PT) classificou a atitude da liderança do prefeito como incorreta, pois “pediram urgência para um projeto que não é de autoria deles na intenção de derrubar a matéria, assunto que é de interesse da população”. Com a ausência do presidente da Câmara, em viagem à Curitiba, o projeto seria rejeitado por falta de votos.
Interesses
Para o vereador Humberto, uma das possíveis explicações para este tipo de manobra seja a existência de interesses contrários à vontade da população. Grandes construtoras de apartamentos são apontadas como as principais beneficiadas com a manutenção da restrição contra as geminadas na cidade.
Na semana passada a Câmara foi palco de outra polêmica relacionada com a revogação das restrições contra as casas geminadas. Outro vereador aliado ao prefeito planejou a derrubada do projeto também pedindo a votação em regime urgência. Porém, vendo que não teria votos suficiente para rejeitar a matéria, tentou, sem sucesso, retirar o pedido de urgência. Como não conseguiu, esse vereador tirou a roupa em plenário para impedir a continuidade da sessão. Ele sabia que se o projeto fosse votado naquela oportunidade seria aprovado, retirando a restrição contra as geminadas.
Gelinton Batista / Assessoria de Imprensa