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Os vereadores de Maringá irão homenagear na sessão desta quinta-feira (7), 15 mulheres em nome todas as cidadãs maringaenses pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março. Elas foram escolhidas por suas histórias de luta, conquistas e exemplo de vida.

florestina

Por indicação do vereador Humberto Henrique (PT), a homenageada será a presidente da ONG Justiça e Paz, Florestina Pinheiro Machado. Desde janeiro de 2000, quando um de seus filhos foi assassinado pela polícia, ela oferece apoio e orientações para outras mães que perderam seus filhos, vítimas da violência do Estado.

A seguir, conheça a um breve relato sobre a Florestina, sua vida e missão.

8 de março: Dia Internacional da Mulher
Homenagem da Câmara Municipal de Maringá, por indicação do vereador Humberto Henrique, para Florestina Pinheiro Machado

Florestina Pinheiro Machado, ou apenas Flor como é mais conhecida, nasceu no dia 29 de março de 1953 no município de Erechim, Rio Grande do Sul. Desde 1980 mora em Maringá, cidade onde criou seus três filhos, a Ana Paula, o Fernando José Machado de Araújo e o Everton Pinheiro.

Mulher simples, mãe carinhosa, Flor recebeu no dia 18 de janeiro de 2000 uma das notícias mais tristes de toda a sua vida. Seu filho Fernando José foi covardemente assassinado pela polícia. O garoto, em plena juventude, teve seu futuro ceifado quando tinha apenas 17 anos de idade.

Ainda em luto e muito abalada com a perda, Flor começou a perceber o registro de novos casos de violência em que o aparato policial era suspeito de matar jovens. Incomodada com essa realidade, sua dor transformou-se em gestos de caridade. Ao saber do assassinato de outros jovens ela procurava as famílias e oferecia seu apoio e orientações.

Em 2004, quatro anos após a morte de seu filho, um novo assassinato a comoveu. Rodrigo Aparecido Sales Rodrigues, de apenas 21 anos, foi morto por policiais dentro de uma residência no Conjunto Santa Felicidade. O garoto, de origem humilde, foi mais uma vítima da violência do Estado. Foi neste momento que surgiu a ideia de criar uma ONG, para potencializar o trabalho de apoio às famílias das vítimas.

Contando com o incentivo de entidades e autoridades, Flor convidou mães que tiveram os mesmos problemas e formou a organização não governamental Justiça e Paz. Com a finalidade de buscar a punição dos assassinos de seus filhos e promover ações de apoio e orientação, já são mais de 40 mães enlutadas que fazem da memória de seus filhos motivação para busca da justiça e da paz.

Sem recursos e estrutura, Flor tem lutado também contra a morosidade da Justiça, atuando para que os assassinatos de jovens não fiquem sem punição. Casos como dos jovens Fernando José e do Rodrigo Aparecido foram levados ao júri popular, resultando na condenação dos acusados, policiais civis e militares.

Atualmente, a ONG atua no Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, no Movimento Nacional Direitos Humanos e é reconhecida pelo título de utilidade pública municipal. Como parceiros, a ONG conta com a Vara da Infância, a Vara Criminal e o Programa Multidisciplinar de Estudo, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente da Universidade Estadual da Maringá.

Com abordagens de rua, visitas ao Centro de Socieducação de Maringá (unidade de internação de adolescentes que cometeram ato infracional) e apoio às famílias vítimas da violência, Flor faz da sua rotina uma missão. Cidadã e ser humano que recorre à sensibilidade e coragem feminina para transformar a realidade, mais quer fazer a diferença na sociedade, esta mulher tem feito da sua história de vida um exemplo de luta em busca da justiça e da paz.

Como a Flor que carrega em seu próprio nome, Flor é uma mulher simples, de voz suave e pessoa amável. Perdeu um de seus filhos, como se tivessem lhe roubado uma de suas pétalas. Contudo, ela continua firme com suas raízes fincadas no terreno da solidariedade não se deixando abalar pelos ventos da tristeza e das ameaças. Ao contrário, juntamente com outras mães, também enlutadas, tem espalhado perfume com cheiro de amor.

A dor da ausência de seu querido filho que a violência lhe furtou não poderá ser reparada. Mas sua esperança e a coragem de seus atos revelam a grande mulher que é, razão pela qual se faz justa e merecida esta singela homenagem prestada pelo Poder Legislativo de Maringá a todas as mulheres e, de forma especial, a Florestina Pinheiro Machado neste dia 8 de março de 2013, Dia Internacional da Mulher.

HUMBERTO HENRIQUE
Vereador




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