Matéria publicada no site do Jornal Aqui Sudoeste desmistifica controvérsia de que feriado seria sinônimo de prejuízo para a economia e apresenta o feriado como uma medida de economia para o Estado Segundo José Fernando Ruiz Maturana, procurador do Trabalho em Bauru, os feriados são importantes para a recuperação do trabalhador. “Ele não é uma máquina, não tem que apenas produzir, o trabalhador precisa de um período de descanso para proteger a saúde. Fato que beneficia o Estado, pois quando o trabalhador fica doente ou sofre algum acidente, quem paga é a sociedade”, afirma.

Maturana conta que, no início, o feriado começou a fazer parte do direito do trabalhador com um fundamento religioso, mas após a Revolução Industrial ganhou o foco de descanso obrigatório. “Isso aconteceu com o objetivo de prevenir a fadiga gerada pelo trabalho, pois está cientificamente comprovado que o descanso interfere na saúde do trabalhador.

Além disso, a folga nos feriados possibilita o convívio com a família”, explica. “O feriado também é um importante elemento histórico e social, um elo que mantém a sociedade unida, é uma forma de respeitar a cultura e a história de um povo”, finaliza o procurador.

Apesar do alto número, os feriados não devem ter influência negativa nos setores econômicos. Cláudio Gonçalves, economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo, afirma que a economia atual é diferente da década de 1980. “A negatividade funcionaria e funcionou no passado, pois o comércio não era dinâmico como é hoje. O que eu vejo, é que quando tem mais feriados, alguns setores precisam se adequar para não perder, enquanto outros se beneficiam”, afirma Gonçalves. “Por exemplo, antigamente não existia o funcionamento do shopping aos domingos e feriado. Hoje, dada a evolução da economia, do mercado consumidor, a gente percebe que mesmo com feriado o comércio não pára”, acrescenta.

Segundo o economista, existem estudos que mostram uma pequena perda no setor da indústria em relação a produção, pois as máquinas param. Em contrapartida, a indústria do lazer e o setor de serviços relacionados as pessoas ganham. “Isso acontece porque as pessoas saem dos escritórios e das indústrias para consumir em setores não habituais”, revela Gonçalves.

Devido ao índice de feriados nos dias úteis, o comércio de Bauru terá que se adequar. “Não tem como mudar, por isso, o comércio vai procurar alternativas. Estender o horário seria uma saída”, afirma Luiz Otaviano Machado, presidente da Associação das Empresas do Calçadão. “É bom ressaltar que nem sempre o feriado é ruim para o comércio. Apesar de Bauru não ter grandes atrativos turísticos, em muitos feriados que caem em terça ou quinta-feira, pessoas de outras cidades vêm visitar parentes e movimentam o setor”, complementa o presidente.

Matéria na íntegra: http://www.aquisudoeste.com.br/?show=notice&parID=5503