NOTA: acerca da vice-liderança do Governo na Câmara Federal
Se estamos de acordo com as questões principais, não podemos deixar de externar nosso desconforto e nossa divergência com o caso específico do deputado Ricardo Barros (PP), pois consideramos sua trajetória e seu perfil incompatíveis com a responsabilidade que pode lhe ser atribuída. O deputado nunca poupou esforços e energia para defender seus projetos. O problema é que sua prática e os projetos que sempre defendeu são contrários a tudo o que o governo Lula representa ao povo. Essa afirmação está sustentada em nossa avaliação de sua conduta como Prefeito de Maringá e como membro do Congresso Nacional.
Prefeito de Maringá entre 1989 e 1992, Ricardo Barros, na época filiado ao PFL, foi um gestor público que se caracterizou pela adoção, precoce e agressiva, da política de privatização dos serviços públicos. Maringá, antes mesmo das políticas de privatização tomarem conta da pauta nacional, era um laboratório para experiências do chamado neoliberalismo. Contra a vontade da população e sob intenso protesto social, as privatizações atingiram até os serviços essenciais. O principal emblema da administração foi o processo de privatização das escolas, realizado por intermédio da terceirização da gestão, cujo resultado foi um desastre para a Rede Municipal de Ensino.
Em sua trajetória no Congresso Nacional, o Deputado Federal, por coerência com suas convicções ideológicas, sempre se colocou na bancada dos privatistas e daqueles que combatiam o projeto do Partido dos Trabalhadores. Com essas credenciais, foi vice-líder do presidente FHC na Câmara Federal. Ao longo do primeiro mandato do Presidente Lula, foi um tenaz opositor. A análise do mapa das votações da Câmara de deputados revela que seu nome sempre se destacou entre aqueles que trabalharam contra o sucesso do presidente Lula. Por tudo isso, como se costuma dizer em linguagem popular, a relação do deputado federal com o projeto do PT é a mesma da água com o azeite, que não se misturam.
Nesse início de segundo mandato do presidente Lula, cogita-se, porém, que ele pode vir a ser vice-líder do governo na Câmara Federal. A sua aproximação com o governo não mais é do que um gesto de sobrevivência política diante da legitimidade popular de que está investido o Presidente da República. Não recusamos que possa se somar à base de apoio do governo, mas entendemos que ele não apresenta credenciais para representar o governo em tão elevada tarefa.
Sabemos que muitas variáveis são analisadas para a definição política da esfera nacional, mas apelamos para que considere a avaliação e a sensibilidade da base partidária petista em Maringá, que conhece como ninguém, a trajetória e o perfil do deputado federal Ricardo Barros.
Partido dos Trabalhadores de Maringá
Diretório Municipal
* Esta nota foi enviada para: Senador da República, Deputados Estaduais e Federais do PT do Paraná, Presidentes do PT Estadual e Nacional, Liderança da Bancada do PT Federal e Ministra da Casa Civil.
Fonte: Site do PT Maringá