Surto de dengue em Maringá tem relação com a demora na contratação de novos agentes. O número de casos de dengue confirmados em Maringá só aumenta a cada dia. A população e a natureza têm sido apontadas como os principais culpados por essa espantosa realidade. Mas, um outro personagem muito importante na prevenção dessa doença, até o momento tem ficado ileso de suas faltas. Dados apurados pela Controladoria Geral da União (CGU) apontam falhas gravíssimas da administração municipal quanto a meta de controle do mosquito Aedes Aegypti, cujas conseqüências mais de 300 maringaenses estão experimentando neste momento.

Assim como aconteceu no Programa Saúde da Família, as equipes de Vigilância Sanitária, responsáveis pela prevenção da dengue, também foram desestruturadas. Os agentes ambientais são responsáveis por visitar as casas e orientar a população para destruir os focos de reprodução  do mosquito. O Governo Federal repassa os recursos e estabelece que cada residência seja visitada seis vezes ao ano. No entanto, como sabem os moradores de Maringá, essa exigência não foi cumprida pela administração. A cidade atingiu apenas 39% do estabelecido.

Questionada pela CGU, a Prefeitura se defendeu com os argumentos de sempre, alegando problemas como a alta incidência de atestados médicos solicitados pelos funcionários somada ao término dos contratos de trabalho e da lista de espera do último concurso realizado. Mas, no mesmo documento, o próprio município afirma que “... a administração não liberou a abertura de novo teste seletivo” e, afirmando ter conhecimento da necessidade desde o início do ano de 2005, somente nove meses depois é que apresentou a proposta de um novo concurso. Contudo, essa medida só foi colocada em prática no ano seguinte.

Analisando essas informações, não restam dúvidas de que o surto de dengue em Maringá tem relação direta com a opção equivocada da administração em adiar o concurso dos novos Agentes Ambientais. As contratações só tiveram início em março de 2006, após a divulgação do resultado dos aprovados.



O combate ao mosquito da dengue não pode ser interrompido nem deixado em segundo plano. Deve ser uma ação constante, conscientizando e orientando a população. Mutirões como estão sendo feitos agora, comprometendo mais o trabalho das equipes do PSF, não teriam necessidade se, lá atrás, as medidas corretas tivessem sido tomadas. Aliás, como bem sabe gastar com publicidade, a atual administração poderia, por exemplo, ter utilizado os meios de comunicação para manter o alerta constante sobre os riscos oferecidos pelo mosquito Aedes Aegypti.

Não adianta responsabilizar apenas a população e a natureza pelos casos de dengue, pois quem cobra, deve dar bom exemplo, o que não é o caso da administração municipal de Maringá, como mostram os fatos. Por isso é importante que os maringaenses façam sua parte (todos os dias) evitando e eliminando os ambientes favoráveis ao acúmulo de água parada e, também, cobrando da Prefeitura uma ação mais responsável com a saúde pública. Afinal, o mosquito da dengue não tira férias nem perdoa o descaso de gestores municipais.

Relatório da CGU completo aqui