
A pesquisa também buscou saber se o sistema adotado em outras localidades aboliu a função do cobrador. De acordo com as informações prestadas pelas prefeituras, isso só aconteceu de forma total em Maringá.
Na maioria das cidades, apenas os veículos que comportam número reduzido de passageiros, conhecidos como micrões, funcionam sem o cobrador. Já em Maringá, os motoristas acumulam a função de dirigir, cuidar do embarque e desembarque e fazer a cobrança da passagem em todos os veículos utilizados no sistema.
Quanto à prática de cobrar valor mais caro para a passagem paga em dinheiro, no ato do embarque, apenas Maringá e Foz do Iguaçu adotam a medida. Londrina, Ponta Grossa, Cascavel e Curitiba fixam valor único para a cobrança do serviço. Na capital do estado os usuários ainda são beneficiados com uma tarifa especial aos domingos quando, de R$ 2,60, o valor da passagem cai para R$ 1,00.
Sem concorrência
Uma das explicações para o preço do transporte coletivo em Maringá estar acima do valor praticado nas outras cidades do estado, segundo o vereador Humberto Henrique, é a licitação e o contrato realizados pela prefeitura no ano passado.
O processo permitiu, em apenas nove meses, dois reajustes no preço do serviço. Em setembro de 2011, três meses depois da assinatura do contrato, o prefeito autorizou aumento de 6,8% e, desde o início de junho, mais 6,3%.
Na época que a administração municipal divulgou a licitação, o vereador analisou o edital e denunciou diversos indícios de irregularidades e de direcionamento para a empresa que já explorava o serviço na cidade.
Questionada na Justiça, a Prefeitura conseguiu dar continuidade no processo de concessão e assinou contrato com uma única empresa, a mesma que há cerca de 40 anos atua sem nenhuma concorrência na cidade.
A apuração sobre as possíveis irregularidades no edital de licitação, apontadas pelo vereador Humberto Henrique, continuam tramitando na Justiça.
Gelinton Batista / Assessoria de Imprensa